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Dia Mundial da pré-eclâmpsia chama atenção para mortalidade materna e infantil

Todos os anos, quase 76 mil mães e 500 mil bebês no mundo perdem suas vidas por causa da pré-eclâmpsia. Para aumentar a conscientização sobre a doença, organizações de saúde materna em todo o mundo estão somando forças para promover o primeiro Dia Mundial da Pré-Eclâmpsia em 22 de maio.

A doença afeta de 8% a 10% das gestações no mundo e responde por 20% de todas as hospitalizações para tratamento intensivo neonatal. A pré-eclâmpsia é responsável por um quarto de todas as mortes maternas na América Latina e um décimo das mortes maternas na África e na Ásia.

Muitas vidas são perdidas ou seriamente prejudicadas pela doença. Portanto, identificar os sintomas é muito importante para mães e bebes. Os sete sintomas principais são: dor de cabeça forte que não desaparece com medicação, inchaço no rosto e nas mãos, ganho de 1 kg ou mais por semana, dificuldade para respirar, náuseas ou vômitos após os três primeiros meses da gestação, alterações na visão, dor no abdome na região esquerda perto do estômago.

Não existem métodos eficazes de prevenção, mas complicações da pré-eclampsia e da eclampsia podem ser evitadas. Isto se dá quando se reconhece no pré-natal bem conduzido, as gestantes de risco (primeira gestação, hipertensas crônicas, pré-eclampsia ou eclampsia em outra gravidez, diabéticas com problemas vasculares ou gravidez múltipla).

Acredita-se que mulheres que recebem tratamento pré-natal são sete vezes menos prováveis de morrer de com a doença que mulheres que não tomaram este cuidado durante a gravidez. O acompanhamento pré-natal é crucial na prevenção das complicações e mortes de mães e fetos.

O que é? – Eclâmpsia, termo grego que significa explosão, brilho, é uma doença grave relacionada ao aumento da pressão arterial que pode se instalar de forma rápida a ponto de provocar edema cerebral, convulsão e levar a mulher ao coma – ou seja, o corpo é pressionado além da conta, culminando em uma espécie de colapso. Pode acontecer com qualquer gestante durante a segunda metade da gestação ou até seis meses após o parto.

O Jornal do HC conversou com o professor da FMRP, Ricardo Cavalli, presidente da comissão nacional especializada em Hipertensão na Gestação da Federação Brasileira de G.O.

Qual a incidência da pré-eclampsia na nossa região?

Incidência de 3 a 5%. O Hospital das Clínicas atende cerca de 180 pacientes por ano.

Quais as mulheres estão mais sujeitas a desenvolver pressão alta durante a gravidez?

Pacientes com hipertensão arterial crônica, as que tiveram pré-eclâmpsia na gestação anterior, pacientes com obesidade e distúrbios de colesterol associados, pacientes com diabetes/problema renal com lesão vascular configura o principal grupo de risco.

Quais cuidados o senhor aconselha para uma mulher com pré-eclampsia?

As mulheres com pré-eclâmpsia devem observar se apresentam dor de cabeça, alterações da visão, inchaço no rosto e nas mãos, dificuldade para respirar, controlar os valores da pressão arterial e observar a movimentação do bebê.

Existe prevenção para a pré-eclampsia?

As mulheres de alto risco para desenvolvimento de pré-eclâmpsia devem receber AAS 100mg e Carbonato de Cálcio 1 a 1,5g uma vez ao dia.

Qual risco corre, na gestação seguinte, uma mulher que já teve pré-eclâmpsia uma vez?

A mulher que teve pré-eclâmpsia tem risco de 20 a 30% de desenvolver pré-eclâmpsia na próxima gestação.

A criança tem sequela?

A criança pode nascer prematura e, nestes casos, pode ter problemas e sequelas.

Referência: Assessoria de Comunicação HCFMRP-USP