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Diabete e hanseníase são algumas das neuropatias periféricas

Sensibilidade, fraqueza, dificuldade para andar são alguns sintomas das doenças que acometem o sistema nervoso periférico.

O sistema nervoso é dividido em central, dentro da coluna vertebral e crânio, e periférico, formado por nervos que levam sensibilidade e motricidade aos braços, pernas, abdômen e tronco. O programa Saúde sem Complicações desta semana fala sobre neuropatias, que afetam o sistema nervoso periférico, com o professor Wilson Marques Junior do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

Ele conta que as neuropatias periféricas, normalmente, têm manifestação nos membros inferiores e superiores. As doenças podem ter sintomas negativos como perda da sensibilidade e fraqueza; e podem se desenvolver rapidamente, como a síndrome de Guillain-Barré, cujos efeitos podem aparecer de um dia para o outro, ou demorar anos, como é o caso da hanseníase. Também aparecem os sintomas chamados positivos que causam dores, formigamento e queimação.

As doenças, explica o professor, podem ser hereditárias; infecciosas, como a hanseníase e zika; metabólicas, como o diabetes mellitus e hipotireoidismo; imunomediadas, como quando o corpo libera anticorpos para os nervos; e até as tóxicas, como no tratamento contra o câncer e etilismo. Em alguns casos, crianças já nascem com o problema e têm sintomas como dificuldade para respirar, mas com o avanço da idade a doença pode ser mais grave e com maior frequência.

Além disso, os sintomas envolvem a questão sensitiva, motora e autonômica. Entre eles perda da sensibilidade, fraqueza, dificuldade para andar, escrever, mastigar e deglutir, tontura e dificuldade em se adaptar ao claro e ao escuro. O professor ainda revela que pessoas com neuropatias que têm desenvolvimento lento não percebem os sintomas e acabam se adaptando a eles. Por isso, ressalta a importância do diagnóstico e do tratamento precoce para conter as incapacidades causadas ao indivíduo. 

A hanseníase, explica, é uma das neuropatias periféricas mais frequentes. A doença não está erradicada e possui índice alarmante em alguns Estados do Brasil. Ele afirma que há várias teorias quanto ao contágio, mas o mais provável é que seja adquirida pelo ar quando a pessoa infectada libera gotículas com bacilo de Hansen ao falar. Uma das maiores dificuldades da doença é detectar a fonte de origem e encerrar a disseminação, porque às vezes a pessoa contaminada não sabe que possui a doença.

O Prof. Marques falou sobre o assunto no  programa Saúde sem Complicações, produzido e apresentado pela locutora Mel Vieira e pela estagiária Giovanna Grepi, da Rádio USP Ribeirão, com trabalhos técnicos de Mariovaldo Avelino e Luiz Fontana e direção de Rosemeire Soares Talamone.

Referência: Jornal da USP – Por: Giovanna Grepi