\ Universidade de São Paulo - Sites > Jornal Eletrônico do Complexo Acadêmico de Saúde == > USP na Mídia > Em 10 anos, 20 mil vítimas do trânsito foram internadas em Ribeirão Preto, aponta USP Estudo foi realizado com base em boletins registrados no Datasus entre os anos de 2009 e 2018. Motociclistas somam 64% deste total, com 11.925 vítimas

Em 10 anos, 20 mil vítimas do trânsito foram internadas em Ribeirão Preto, aponta USP Estudo foi realizado com base em boletins registrados no Datasus entre os anos de 2009 e 2018. Motociclistas somam 64% deste total, com 11.925 vítimas

Um estudo realizado pela Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) apontou que 20.450 pessoas foram internadas no Sistema Único de Saúde (SUS) após acidentes de trânsito entre 2009 e 2018 em Ribeirão Preto (SP).

Os dados são de boletins registrados no departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus) e apurados pelos pesquisadores.

Os motociclistas representam 64% do total destas internações e ocupam a primeira posição da lista. Foram 11.925 registros de internações neste período.

A diarista Débora Cristina da Silva Garcia faz parte da estatística. Ela voltava para casa de moto após um dia de trabalho, quando desequilibrou e caiu do veículo. Há meses ela está parada em casa e vive com as limitações causadas pelo acidente.

“Sem falar no transtorno que eu passei no hospital. As dores, foram três cirurgias, fui para o centro cirúrgico três vezes. Não é fácil. Eu não consigo mais dobrar a perna nem para subir na garupa da moto, porque eu não estou conseguindo movimentar ainda. Como eu era diarista, eu ganhava por dia. Hoje é só em casa. É do Hospital das Clínicas para casa e de casa para o hospital”, explica Débora.

A pesquisa mostra ainda que os pedestres pedestres vêm logo em seguida somando 2.067 internações depois de um acidente de trânsito. O terceiro lugar do número apurado é ocupado pelos ciclistas. Foram 1.738 acidentados internados nos anos apurados.

O Centro de Traumas do Hospital das Clínicas recebe um grande fluxo de vítimas de acidentes diariamente. Segundo o diretor de trauma, Marcelo Godinho, a maioria dos casos pode deixar sequelas na pessoa.

“Geralmente, as lesões com moto envolvem crânio e lesões músculos-esqueléticas, membros, especialmente membro inferior, as pernas. São lesões graves. Boa parte das sequelas são sequelas motoras. Quando tem lesão de crânio, trauma de crânio, as vezes é sequela cognitiva, falta de comunicação e entendimento do mundo ao redor”, detalha Godinho.

Segundo apuração da EPTV, afiliada da TV Globo, a frota que trafega diariamente nas ruas de Ribeirão Preto já ultrapassou meio milhão de veículos.

A mesma pesquisa apontou que 1.184 pessoas morreram entre os anos de 2007 e 2016 em decorrência de acidentes no trânsito do município. O principal grupo de vítimas também é composto pelos motociclistas, somando 423 mortes. O número é equivalente a 35% do total.

Os ocupantes de carros são 22% deste número. Ou seja, 261 casos de morte envolvendo quem utiliza o veículo no dia a dia.

Referência G1 Ribeirão Preto e Franca