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Estudo investiga uso de substância obtida de aranhas contra dor crônica

Migalina foi testada em ratos como analgésico e atenuador de prejuízos emocionais nos quadros crônicos de dor.

Um estudo que investigou os efeitos em casos de dor e depressão de uma substância química obtida de aranhas foi um dos vencedores do Prêmio Jovem Neurocientista 2018, concedido na 41ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento, realizada em agosto em Santos.

O estudo avaliou o efeito da migalina, uma acilpoliamina (substância essencial para o controle dos mecanismos celulares) sintetizada a partir da hemolinfa (fluido que tem as funções do sangue dos vertebrados) de aranha.

A migalina foi testada em ratos como possível agente analgésico e atenuador de prejuízos emocionais decorrentes de quadros crônicos de dor, com bons resultados.

O trabalho foi realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da (FMRP) da USP pela estudante de biologia Ana Carolina Medeiros, que conta com Bolsa de Iniciação Científica da Fapesp.

“O estudo indica que os efeitos da migalina ocorrem a partir da ativação dos receptores glutamatérgicos do tipo NMDA [N-metil D-Aspartato]. Também mostra que o córtex pré-frontal medial é uma região envolvida na elaboração de comorbidades entre dor crônica e outras desordens psiquiátricas, como a depressão”, disse o professor Renato Leonardo de Freitas, coordenador do Laboratório de Dor e Emoções do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRP, que orienta o estudo de Medeiros.

O trabalho de Carolina Medeiros integra uma pesquisa que também conta com apoio da Fapesp por meio de auxílios Equipamentos Multiusuários concedidos a Freitas.

A pesquisa tem colaboração dos professores Wagner Ferreira dos Santos, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, Norberto Cysne Coimbra, da FMRP, e Pedro Ismael, do Instituto Butantan.

O trabalho premiado, com Carolina Medeiros como primeira autora, é intitulado Mygalin into the prelimbic prefrontal cortex modulates the chronic neuropathic pain and depression comorbid in Wistar rats.

Referência: Jornal da USP – Com informações da Agência Fapesp