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Hospital das Clínicas reúne transplantados e candidatos a transplante em uma tarde cheia de emoção

A emoção invadiu o setembro verde. E veio em forma de histórias cheias de vida, esperança, solidariedade, generosidade, dedicação e fé.
Em 28/09/2018, o HC reuniu pacientes transplantados, familiares, profissionais e pacientes à espera de transplante em uma tarde permeada pela emoção.
O encontro, “Doação de Órgãos – relatos de Experiências Reais”, fez parte das comemorações do setembro Verde – Campanha Nacional de Doação de Órgãos, promovida pela Organização de Procura de Órgãos, Banco de Olhos, Banco de Tecidos, Centro de Transplante de Órgãos Sólidos do HCFMRP e Liga de Transplante da Escola de Enfermagem .

Este ano, o evento contou com o jornalista ribeirão-pretano Saulo Gomes, um dos mais renomados repórteres do rádio e da televisão brasileiros. Seu nome situa-se entre os heróis e pioneiros da história da TV no País. “Agradeço aos pacientes, profissionais e familiares por estar vivendo essa emoção”, declarou o jornalista.

Gratidão sem fim – No ano passado, Mariângela esteve na mesma cadeira contando sobre a expectativa da espera por um rim. Hoje ela estava lá, feliz da vida, contando sobre sua vida de transplantada.
Foram três chamados até o transplante dar certo. A primeira e a segunda vez que foi chamada, não foi possível fazer o transplante. Mas da terceira vez, o rim certo chegou para ela. “Recebi a notícia em um domingo, na hora do almoço. Fui imediatamente invadida por uma sensação de euforia e paz”, conta Mariângela. 
Antes do jantar, ela já estava pronta para receber seu novo rim, no Hospital Santa Casa de Ribeirão Preto, local onde ela trabalhou como assessora de imprensa há 30 anos atrás, e que nesta época, fez a matéria sobre o primeiro transplante de rim daquele hospital. “Coincidências da vida”, reflete ela.
Mariângela conta que “o transplante foi muito tranquilo, que a qualidade de vida melhorou muito. Já estou trabalhando e acabei de voltar de uma viagem de férias, conta.
“Toda manhã quando acordo penso na gratidão sem fim que tenho pela família doadora”, conta Mariângela. “Graças a ela estou vive e tendo a oportunidade de ter uma vida mais longa e feliz”, completa.

Viver é o suficiente – Quando Elias ouviu pela TV sobre a morte do jogador Sócrates por problemas hepáticos, uma onda de desanimo invadiu seu coração. Ele estava na fila esperando por um fígado já havia um tempo, sem certeza de que o órgão chegaria a tempo. “Mas aí eu pensei, tenho fé e estou sendo tratado pela melhor equipe em um hospital de referência mundial. Isso afastou os maus pensamentos”, conta Elias.
Até seu fígado chegar, ele internou oito vezes para tratar de complicações decorrentes da hepatopatia. “ Foi uma espera dolorosa, cheia de expectativa e ansiedade”, conta.
A esposa Izete confirma que a espera foi agonizante. “Várias vezes eu ligava para a Rafaela (enfermeira chefe do transplante de fígado) e dizia: onde está o fígado do meu marido, ele está morrendo”, conta ela. “Apesar de tudo, nunca deixamos de lutar, sempre amparados pela esperança que se renovava a cada dia”, explica.
O fígado de Elias chegou em um sábado de manhã. “A gente chegou ao HC 15 minutos depois do telefone tocar me chamando”, conta ele. Mas teve que esperar. Elias era o segundo da fila e teve que esperar para ver se a paciente que estava em primeiro lugar estaria apta a receber o órgão ou não. No final da noite, veio a notícia que o fígado era compatível com ele, pois era um órgão grande e a paciente que estava na frente era uma moça de estatura pequena.
“O transplante foi tão tranquilo, que quando acordei perguntei que horas ia ser a cirurgia”, conta divertido. “Hoje eu só tenho a agradecer. Viver, para mim é o suficiente.Já voltei a trabalhar e pretendo atuar como voluntário na associação dos transplantados de fígado”

Na fila da esperança – 

 Marcius Zola descobriu sua grave doença renal há 10 dias do seu casamento. “Foi uma notícia arrasadora, descobri a doença e recebi a notícia que teria que ficar mais de 20 dias internado”, conta Marcius. Além de toda preocupação com a doença, tinha a incerteza se o casamento, tão planejado, sairia ou não.

E apesar de debilitado, com o cateter da diálise colocado na veia femural para ficar escondido e não aparecer nas fotos, o casamento saiu. E desde então, Marcius e sua esposa Natália, a quem ele, carinhosamente, chama de anjo da guarda, vivem dias de espera. “Vivo um dia de cada vez. A espera é triste, mas sempre cheia de esperança”, diz o paciente. “ Meu telefone está aqui, sempre perto de mim e logo ele vai toca”, completa apontando esperançoso para o celular em cima da mesa.
Enquanto Marcius falava, a esposa Natália, com olhos brilhando, acompanhava atentamente cada palavra. “Quando descobrimos a doença, decidimos que enfrentaríamos tudo isso juntos”, conta Natália. “Quando entrei na igreja vestida de noiva e vi o Marcius no altar me esperando, entendi que nada é impossível e que nossos sonhos que foram temporariamente interrompidos, mas com certeza serão retomados”
Sim Natália, todos os sonhos serão retomados. Esperamos o relato do Marcius, como paciente transplantado, no próximo setembro verde. Até lá!

Referência: Assessoria de Comunicação HCFMRP-USP