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Literatura de Guimarães Rosa mostra importância dos cuidados com a visão

Colunista diz que a obra “Manuelzão e Miguilim” revela a necessidade de rastreio, diagnóstico e acompanhamento médico para pessoas com problemas de visão.

Nesta edição da coluna Fique de Olho, o professor Eduardo Rocha traz um trecho da obra Manuelzão e Miguilim, de Guimarães Rosa, em que o personagem Miguilim é diagnosticado com miopia pelo médico que visitava a cidade.

Na narrativa, quando o médico empresta seus óculos a Miguilim, este mostra toda a felicidade do enxergar bem. “Miguilim olhou. Nem podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali, meu Deus, tanta coisa, tudo.”

Assim, o professor diz que a narrativa traduz o hoje e o passado recente, quando os oftalmologistas realizavam exames nas comunidades, bairros e nas zonas rurais. Mas, para Rocha, essa atividade ainda está aquém da demanda e a estabilidade desse processo necessita de trabalhos contínuos, por diferentes motivos, como a baixa durabilidade dos óculos, valores não acessíveis ou falta de disponibilidade nas regiões onde as pessoas vivem.

O especialista informa que o mesmo trabalho, feito pelo médico visitante na pena poética, continua sendo realizado através de estratégias de campanhas de visão que, muitas vezes, estão ligadas ao ensino escolar e que contam com o apoio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Na visão do professor, a experiência literária revela algo já mostrado por pesquisas brasileiras e trabalhos de universidades: a necessidade de “rastreio, diagnóstico e acompanhamento de pessoas que ainda não sabem que têm problemas de visão, ou que seu problema possui correção”, e que essa ação deve ser apoiada pelo SUS, continuamente.

Ouça no link abaixo a íntegra da coluna  Fique de Olho

Referência: Jornal da USP