\ Universidade de São Paulo - Sites > Jornal Eletrônico do Complexo Acadêmico de Saúde == > Complexo na Midia > Malévola, princesas e super-heróis encantam natal de crianças no HC Voluntários levaram presentes e música aos pacientes da ala pediátrica. 'A felicidade maior é minha', diz idealizadora do projeto em Ribeirão Preto – g1.globo.com

Malévola, princesas e super-heróis encantam natal de crianças no HC Voluntários levaram presentes e música aos pacientes da ala pediátrica. 'A felicidade maior é minha', diz idealizadora do projeto em Ribeirão Preto – g1.globo.com

Tainá Manna*Do G1 Ribeirão e Franca  

 
Personagens fizeram a alegria das crianças no Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, SP (Foto: Tainá Manna/G1)
Personagens fizeram a alegria das crianças no Hospital das Clínicas em Ribeirão (Foto: Tainá Manna/G1)

Ao invés de remédios, presentes. Os sorrisos substituíram a preocupação e os médicos cederam espaço ao Homem-Aranha, ao Homem de Ferro, à Branca de Neve e à Malévola. Quem também apareceu foi o Papai Noel. Os personagens do faz de conta e os heróis mais corajosos das histórias em quadrinhos fizeram a alegria dos pequenos fãs da ala pediátrica do Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP) nesta quarta-feira (21).

Em uma festa de natal para lá de especial, eles encantaram os olhinhos atentos de 52 crianças e adolescentes em tratamento contra diferentes doenças. “É simplesmente mágico ver sorrisos brotando, ver alegria e muitos sonhos sendo realizados aqui na enfermaria. É emocionante”, diz o médico Paulo Fernando Martins Filho.

 Solidariedade que nasce da dor

A festa foi organizada por um grupo de voluntários que passou a realizar eventos em datas comemorativas no hospital. A ‘Turma Sangue Bom’ foi criada pela design de interiores Nara Sanches. Em 2014, ela perdeu o filho Pedro Lemos Sanches, de 3 anos, para uma batalha de dois anos contra o câncer. A luta de Pedrinho, como ficou conhecido, foi acompanhada pelo  G1.

O menino passou por um transplante de medula após uma árdua campanha para encontrar um doador, mas não reagiu bem ao procedimento. Em uma das poucas vezes que saiu de casa após a cirurgia, Pedrinho pediu para ver o Papai Noel.

A dor de Nara, no entanto, foi transformada em um grande ato de amor. “A experiência que eu tive de praticamente morar no hospital me abriu muito os olhos para tentar fazer um pouco por essas crianças tão guerreiras”, diz Nara.

 

Um ano antes da morte do filho, Nara já havia iniciado os trabalhos com a Turma Sangue Bom. Hoje, 15 voluntários ajudam a programar as duas festas que ocorrem na ala infantil do HC. Além de doações em dinheiro para comprar os presentes das crianças e dos pais, eles realizam rifas e bazares para levantar fundos.

“Cada um faz uma parte. Uma pessoa pede a doação, a outra vai buscar, a outra monta os kits e a gente vai fazendo assim”, diz Nara.

Surpresa
Neste ano, a festa de natal reuniu uma dezena de personagens, que encantou a meninada em uma tarde de carinho e solidariedade. Com acessórios no pescoço e na cabeça, as crianças brincaram com os ídolos, tiraram fotos, cantaram e ganharam presentes do Papai Noel. Os parentes também receberam kits dos voluntários.

A grande surpresa foi a presença da cosplayer de Malévola, Bárbara Moreno, de Juiz de Fora (MG). Ela não poupou esforços para visitar as crianças. “É muito emocionante estar aqui também. É a primeira vez que eu faço o trabalho no hospital com crianças. Eu sou mãe, então me sensibilizei e vim especialmente para trazer um pouco mais de alegria para as crianças”, diz.

Cosplayer da Bela Adormecida, Camila Fabene de Souza participou da festa pela segunda vez, e ficou comovida com os olhares dos pequenos pacientes. “Cada sorriso que nós proporcionamos é um presente para nós. Eles ficam muito emocionados quando chegam os personagens e isso é muito bom. A energia deles é muito boa e contagia a gente. É um dia mais feliz, é um dia diferente no hospital, porque traz só alegria para as crianças.”

 Energia positiva

Há dois anos em tratamento contra a obesidade mórbida, o adolescente Walter Francisco Falgueti Filho, de 15 anos, festejou com as crianças e com os visitantes. A mãe, Roselena Vieira Falgueti, acompanha o dia a dia do filho e comemorou a ação dos voluntários.

“A gente até esqueceu que estava num hospital e eu até disse para ele ‘filho, a mãe nunca teria condições de te dar uma festinha com tudo isso’. Aqui, a gente acaba sendo uma família e, hoje, foi um momento de extrema alegria”, diz.

A dona de casa Cláudia Selene da Luz acompanha o filho Eduardo da Luz Alexandre, que há sete meses trata um linfoma. “Ele fica muito mais feliz, fica bem animado. Traz uma sensação muito boa. Hoje mesmo ele saiu de uma quimioterapia bem forte e foi para festinha e ficou sorrindo. Foi mesmo para comemorar.”

O Homem de ferro alegrou o Samuel, paciente do hospital há sete anos (Foto: Tainá Manna/G1)
O Homem de ferro alegrou o Samuel, paciente do hospital há sete anos (Foto: Tainá Manna/G1)

O médico residente Paulo Fernando Martins Filho afirma que a festa e a visita surtem um resultado positivo para o tratamento das crianças. “Reflete positivamente. Essas emoções perduram por dias. Isso traz uma alegria intensa, uma energia positiva, que, junto aos medicamentos, tem o desfecho positivo.”

Para a idealizadora do projeto, o sentimento é de realização. “A felicidade maior é minha. Eu me envolvo tanto, eu adoro fazer tanto esse trabalho. As pessoas falam para mim ‘nossa como você é boa, como você adora fazer aquilo’, mas se eu estou fazendo tudo isso é porque eu recebo o dobro de coisas boas que eles me passam”, diz Nara.

Referência: g1.globo.com *Sob a supervisão de Thaisa Figueiredo, do G1 Ribeirão e Franca – Foto: Tainá Manna/G1