Minutos que decidem a vida

Nos últimos anos, as unidades de emergência dos hospitais viraram cenários de filmes e documentários. As câmeras invadiram esses locais para mostrar a dinâmica de uma das áreas mais sensíveis do atendimento hospitalar e permitiu ao público ter ideia do trabalho desses profissionais no atendimento de urgência, num lugar onde o tempo para agir é pequeno.  

Os acidentes de trânsito estão entre os mais comuns e os motociclistas são em disparada as principais vítimas. Do momento em que o resgate parte do local do acidente até entrar na Unidade de Emergência, o tempo varia entre cinco e 30 minutos. “Dependendo da gravidade do acidente, nós somos avisados e o que for necessário para o atendimento é preparado”, explica a enfermeira encarregada Flábia Trovo Sousa, há 17 anos salvando vidas na Unidade de Emergência.

 

No dia em que a reportagem do Jornal do HC estava na UE, dos cinco leitos ocupados na sala de trauma, dois recebiam vítimas de acidente com moto. “A Unidade de Emergência do HC é uma das mais bem equipadas do Brasil. Todas as especialidades à disposição, ultrassom na beira do leito, tomografia, arteriografia, ótimo centro cirúrgico, excelente UTI e ótimos profissionais”, afirma o doutor Mauricio Godinho, supervisor médico. 

Foram 4.680 cirurgias realizadas na Unidade de Emergência em 2016. Isto é, a cada 24 horas, os profissionais da UE atuam em 12 atos cirúrgicos. Para manter essa máquina azeitada é preciso vivê-la intensamente. “Nós nos dedicamos muito ao trabalho. Quando saio daqui todos os dias, saio com sensação de ter feito o meu melhor. Porque, no dia seguinte, estaremos aqui de novo para outra jornada para oferecer o melhor aos pacientes”, explica Flábia, com “b” mesmo. 

Histórias 

 

Há 17 anos, Flábia trabalha na Unidade de Emergência. Há várias histórias contadas por ela sobre o dia a dia na UE. Uma das mais citadas, por boa parte dos funcionários da área, é a do empresário Sérgio Buonarotti que, em 2011, treinava de bicicleta na rodovia prefeito Antonio Duarte Nogueira, quando foi roubado e tomou um tiro na barriga. 

Foram mais de 50 cirurgias e 40 litros de sangue recebidos e muitas cicatrizes. Foram quase três meses de internação na UE, tempo que estreitou o relacionamento com os funcionários. “Ele vem aqui e já trouxe a filha para nos conhecer. É uma história fantástica de recuperação e superação”, afirma Flábia. Sérgio se prepara para fazer o Ironman, em maio, em Florianópolis: 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida.  

Referência: Assessoria de Comunicação HCFMRP-USP