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Pesquisadores encontram síndrome de Guillain-Barré em casos de covid-19

Professor Pontes Neto alerta equipes de saúde para uma possível relação entre as doenças.

Foram publicados artigos dos primeiros casos que relacionam a síndrome de Guillain-Barré com a covid-19. Um dos relatos fala de uma paciente de 61 anos, em Wuhan, na China, no final de janeiro, com um quadro de fraqueza progressiva e fadiga, além de febre e sintomas respiratórios. Os exames confirmaram a infecção por sars-cov-2 e também a inflamação neurológica.

A síndrome de Guillain-Barré, conhecida também como polirradiculoneuropatia aguda, é uma doença do sistema nervoso, de caráter autoimune. Sua principal manifestação é a inflamação aguda dos nervos e das raízes nervosas, atacando assim uma estrutura chamada bainha de mielina, que é de extrema importância para a proteção das células nervosas, afirma o professor. Dessa forma, acontece uma “lentificação dos impulsos nervosos e até mesmo o bloqueio dos nervos motores e sensitivos. Por isso, o aparecimento de sintomas como fraqueza e alteração de sensibilidade”.

Ainda sobre os casos publicados da possível relação entre a síndrome e o novo coronavírus, Pontes explica que a paciente chinesa passou pelo exame de swab de orofaringe, que consiste em um cotonete de haste longa colocado na garganta do indivíduo, um dos métodos laboratoriais para diagnosticar a covid-19. O resultado deu positivo para a sars-cov-2 e o exame de eletroneuromiografia, que verifica lesões nos nervos e músculos, apresentou um quadro de desmielinização característico da SGB, ou seja, de dano na bainha de mielina.

Dessa forma, a paciente passou por tratamento com imunoglobulina e recebeu também suporte para a covid-19, recebendo alta após dez dias, com melhora dos sintomas. No entanto, o professor alerta que, mesmo diante de casos parecidos, ainda não é possível determinar que a SGB tenha relação exata com o novo coronavírus. Porém, é importante que o sistema de saúde seja vigilante quanto à possível associação entre as doenças, afirma Pontes Neto.

Ouça no abaixo acima a íntegra da coluna Minuto do Cérebro.

Referência: Jornal da USP – Minuto Ciência – Por: Vitoria Pierre