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Pós-Graduação da USP comemora 50 anos em defesa da ciência

Homenagens e discursos em prol da preservação dos investimentos na área
marcaram cerimônia.

“Hoje teremos um dia de celebração, de reconhecimento às pessoas que fizeram a pós-graduação da USP ser pujante como é atualmente”. Assim o pró-reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior deu início à cerimônia que marcou as comemorações dos 50 anos de Pós-Graduação na Universidade, promovida no dia 13 de setembro.

A festa, realizada no recém-inaugurado Anfiteatro Camargo Guarnieri, no campus de São Paulo, foi recheada por discursos de agradecimentos e de defesa da pós-graduação brasileira.

A primeira instituição a ser homenageada foi a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), representada por seu presidente, Anderson Ribeiro Correia, e pela diretora de Avaliação da Coordenação, Sônia Bao.

Em seu discurso, Correia parabenizou a USP pela posição conquistada no ranking Time Higher Education (THE), divulgado no último dia 11 de setembro. “A pós-graduação tem papel muito importante nos indicadores dos rankings internacionais. Toda pesquisa brasileira, em grande parte, é desenvolvida nas universidades. E, mesmo quando acontece nas empresas, ela possui a participação da universidade”, avaliou o presidente da Capes.

Correia também falou sobre os esforços dispendidos pela instituição junto aos poderes Legislativo e Executivo para a “manutenção de todos os bolsistas em vigor e a entrada de novos bolsistas no mesmo patamar que vínhamos executando nos últimos anos”. Recentemente, a Capes anunciou o contingenciamento de seu orçamento e o corte de bolsas oferecidas aos estudantes de Mestrado e Doutorado.

O pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, ressaltou que a Capes é responsável por 50% das bolsas de pós-graduação da Universidade e pelo Portal de Periódicos, usado diariamente pela comunidade acadêmica. Além disso, mencionou o “robusto” sistema de avaliação mantido pela Coordenação, que foi “indutor, tanto em quantidade quanto em qualidade, da produção científica nacional e da USP”. Carlotti enfatizou o apoio da USP à Capes, afirmando que o presidente poderá contar com a Universidade “para qualquer situação e defesa de que precise para a manutenção de seu orçamento”.

Um grupo de estudantes da Associação de Pós-Graduandos da USP fez uma manifestação silenciosa no evento para, segundo os organizadores, “reforçar nossa luta em defesa da ciência brasileira, garantia de recursos e por melhores condições de trabalho para os pesquisadores do Brasil”.

Carlos Gilberto Carlotti Júnior, pró-reitor de Pós-Graduação, e Anderson Ribeiro Correia, presidente da Capes – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Manifestação de estudantes durante o evento – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Preservação dos recursos

A homenagem seguinte foi prestada à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que teve como representante seu presidente e ex-reitor da USP, Marco Antonio Zago.

“Nenhum país moderno sobrevive sem a ciência e a tecnologia. Particularmente em São Paulo, temos motivos que explicam o sucesso do Estado como líder no desenvolvimento econômico, social e científico. A população paulista escreveu em sua Constituição que 1% da receita tributária do Estado será dedicada à Fapesp, e esses recursos são de privativa administração dessa fundação. Além disso, há 30 anos, o governo de São Paulo publicou um decreto que destina 9,57% de seu ICMS às universidades estaduais paulistas”, afirmou.  E concluiu: “Hoje é o dia de fazer o pleito para a preservação desses recursos”.

Marco Antonio Zago, presidente da Fapesp e ex-reitor da USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

No reconhecimento à parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento, o pró-reitor de Pós-Graduação da USP citou um projeto, ainda em fase embrionária de desenvolvimento, para oferecer estágios para pesquisa na área governamental aos estudantes de pós-graduação. O homenageado, dessa vez, foi o secretário executivo daquela pasta, Américo Sakamoto. “O objetivo é que promovamos uma maior interação da pós-graduação com as políticas públicas dentro do Estado de São Paulo”, considerou Carlotti, que também prestou reconhecimento ao trabalho dos servidores técnicos e administrativos da Pró-Reitoria, homenageando a funcionária Rosângela Nunes Colombo.

O reitor da USP, Vahan Agopyan, encerrou a primeira parte da cerimônia festejando a “vitória de um modelo que reverberou para todo o País”. “A universidade se mantém sólida quando sua comunidade não se curva diante das dificuldades. O sucesso da pós-graduação da USP é de todos que trabalharam para chegarmos até aqui. A busca contínua da qualidade é o que nos move, para que continuemos oferecer à sociedade a pós-graduação que ela merece”, salientou.

Qualidade

A segunda etapa da cerimônia foi dedicada à homenagem aos ex-pró-reitores pela contribuição de cada um para o desenvolvimento da Pós-Graduação na USP. Estavam presentes ao evento e subiram ao palco Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco (pró-reitora no período de 2014 a 2016), Vahan Agopyan (2010-2014), Armando Corbani Ferraz (2005-2009), Adolpho José Melfi (1993-1998) e Franco Maria Lajolo (1992-1993).

“Eu sucedi Oswaldo Ubríaco Lopes, que, por sua vez, sucedeu Paschoal Ernesto Américo Senise, o responsável pelo início da institucionalização da Pós-Graduação na USP. Fico muito feliz em ver que várias ideias pensadas em diferentes épocas, acrescidas por cada gestão, resultaram na pós-graduação de qualidade que temos hoje na nossa Universidade”, disse Lajolo.

Em 1965, quando foram definidas as novas diretrizes da pós-graduação no País, baseadas no trabalho de Newton Sucupira – responsável pela criação do Conselho Federal de Educação, atualmente Conselho Nacional de Educação –, a USP já possuía um número muito expressivo de docentes com doutorado e se destacou como a universidade que viria a suprir a demanda do País por mestres e doutores. A pós-graduação stricto sensu foi formalmente implantada na Universidade em 1969, com o estabelecimento de normas para organização, funcionamento e credenciamento dos cursos.

Atualmente, a USP oferece 267 programas de Mestrado e Doutorado e forma, anualmente, quatro mil mestres e três mil doutores.

Carlos Gilberto Carlotti Júnior (pró-reitor atual) – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco (pró-reitora no período 2014-2016) – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Vahan Agopyan (2010-2014) – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Armando Corbani Ferraz, à direita (2005-2009) – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Adolpho José Melfi (1993-1998) – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Franco Maria Lajolo (1992-1993) – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Produção científica

A cerimônia também foi palco das premiações destinadas aos alunos de pós-graduação, com a diplomação dos autores das dez produções vencedoras da primeira edição do Prêmio Vídeo Pós-Graduação USP  e dos trabalhos premiados nas nove categorias da edição 2019 do Prêmio Tese Destaque USP.

Nos vídeos premiados, com duração de até três minutos, os alunos tinham como missão apresentar o tema e o impacto de suas pesquisas na pós-graduação. Foram agraciadas produções em cada uma das dez grandes áreas de conhecimento (Ciências Agrárias; Ciências Biológicas; Ciências Exatas e da Terra; Ciências da Saúde I; Ciências da Saúde II; Engenharias; Ciências Humanas; Linguística, Letras e Artes; Multidisciplinar; Ciências Sociais Aplicadas). Na cerimônia foi escolhido, pelos espectadores, o vídeo de maior destaque entre os dez previamente selecionados, e a produção recebeu um prêmio adicional de R$ 5 mil. Assista, ao lado, ao vídeo escolhido pela audiência.

Os autores das teses que tiveram destaque em 2019 receberam prêmios no valor de R$ 10 mil e os seus orientadores, R$ 5 mil em recursos para custeio.

Instituído em 2012, com o objetivo de estimular a atividade de pesquisa dos alunos matriculados e dos professores credenciados nos Programas de Pós-Graduação da Universidade, o Prêmio Tese Destaque USP identifica e premia anualmente a melhor tese defendida em cada uma das nove grandes áreas de conhecimento: Ciências Agrárias; Ciências Biológicas; Ciências da Saúde; Ciências Exatas e da Terra; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; Engenharias; Letras, Linguística e Artes; e Multidisciplinar.

Nesta oitava edição do prêmio, foram estabelecidas como elegíveis as teses defendidas entre 1º de janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2018.

Ciências Agrárias

AUTORA

Angela Maria Gonella Diaza

Ciências Biológicas

AUTORA

Angela Maria Ramos Lobo

Ciências Exatas e da Terra

AUTOR

Thenner Silva Rodrigues

Ciências da Saúde

 

AUTOR

Ruan Felipe Vieira Medrano

Ciências Humanas

AUTORA

 

Lívia Maschio Fioravanti

Ciências Sociais e Aplicadas

AUTOR

Daniel Magalhães Mucci

Engenharias

AUTOR

Lucas Rodrigues Borges

Linguística, Letras e Artes

AUTOR

José Rodrigo da Silva Botelho

Multidisciplinar

AUTOR

Luís Guilherme Virgilio Fernandes

Referência: Jornal da USP