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Professor Orlando Castro e Silva Junior transfere o comando do programa de transplante hepático

Em agosto, o professor Orlando Castro e Silva Junior transferiu oficialmente, a coordenação do Programa de Transplante Hepático ao professor Ênio David Mente. 

Considerado o segundo maior centro de transplantes do interior do Estado de São Paulo, a Unidade de Transplante de Fígado do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto realiza, em média 40 transplantes de fígado por ano. A recuperação dos pacientes demora em torno de 30 dias, com sobrevida em torno de 70%. Para 2018, a meta da equipe é realizar pelo menos 50 transplantes. 

A unidade de transplante de fígado conta com uma enfermaria com dez leitos e ambulatório para atendimento de pacientes cirróticos, de pré e pós transplante e com tumores de fígado. 

A equipe multidisciplinar, que também acompanha o pós-operatório de perto, é composta por cirurgiões, clínicos, anestesistas, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, enfermeiros, entre outros profissionais. 

Pioneirismo – A história do transplante de fígado está intimamente ligada à história profissional do professor Orlando. Foi ele que organizou todo o programa de cirurgia hepática e transplante de fígado no HCFMRP-USP. 

A ideia de montar o programa no HCFMRP nasceu na década de 80, quando o professor Orlando regressou do Serviço de transplante hepático do HC de São Paulo, onde trabalhava como médico assistente da equipe do professor Silvano Raia, pioneiro dos transplantes de fígado na América Latina. “Nesse Serviço não só absorvi o entusiasmo pelo transplante, como também aprendi as bases técnicas e clínicas”, conta o professor Orlando. 

Naquela época, a hepatologia ainda trilhava os primeiros passos no Hospital das Clínicas, porém era um serviço atuante e produtivo clínica e experimentalmente. Foi então que o professor Orlando organizou o programa de Ressecções Hepáticas, para tratamento de tumores do fígado. A primeira hepatectomia regrada realizada no Hospital das Clínicas aconteceu em novembro de 1992. 

A ideia tomou forma quando o professor retornou de um estágio no serviço de transplante de fígado de Barcelona, referência mundial. Em maio de 2000 foi constituído o Grupo Integrado de Transplante de Fígado. “O grupo multidisciplinar, interdepartamental tinha a missão de realizar o transplante hepático e atender aos anseios de todos, sobretudo aos dos pacientes necessitados”, conta o professor.   

Primeiro Transplante – Com o Grupo Integrado do Transplante de Fígado atuante, equipes clínicas e cirúrgicas formadas, acordos com vários laboratórios e Fundação Hemocentro realizados, tudo estava pronto.

“O ano de 2001 despontou trazendo o novo século e a certeza da ousadia precisa e calculada do primeiro transplante como marco esperado de uma longa história”, lembra o cirurgião. 

E no dia primeiro de maio de 2001, uma equipe de 40 profissionais liderados, pelo professor Orlando, realizou o primeiro transplante de fígado do HCFMRP. O procedimento durou mais de 20 horas contando da cirurgia do doador à do receptor, realizados no HC. Desde então, já foram realizados mais de 400 transplantes. Mais de 400 vidas que tiveram uma nova chance. 

Missão cumprida – Um dos protagonistas desta história tão importante para a saúde, ensino e pesquisa do Hospital e da Faculdade de Medicina, o professor Orlando olha para o futuro com tranquilidade. “Após 30 anos trabalhando com transplante hepático, é o momento de passar o comando. Sempre foi meu desejo deixar o gerenciamento do transplante antes da aposentadoria definitiva para um dos assistentes, formado no próprio grupo”, explica o professor. Fica uma equipe organizada, preparada ao longo do tempo, e toda uma estrutura montada para novos desafios”, afirma. 

“Agradeço à FMRP-USP, HCFMRP-USP e ao Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRP-USP onde foi possível montar toda estrutura técnica e logística para um procedimento de alta complexidade. Sensação de missão cumprida”, completa.

Referência: Assessoria de Comunicação HCFMRP-USP