Alto número de cesáreas alerta para a necessidade de informação
No ranking internacional, o Brasil aparece como um dos líderes em realização de cesáreas desnecessárias. Visando à reversão desse quadro, o Ministério da Saúde criou um sistema de monitoramento on-line de partos feitos pelo SUS. Geraldo Duarte, professor do Departamento de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, avalia que essa é uma medida importante de monitoramento, desde que os dados recolhidos sirvam para o planejamento de estratégias efetivas de controle no número de cesarianas.
No Brasil, somente no Sistema Único de Saúde, a taxa de cesáreas alcança 42% do total de partos. Nos hospitais particulares, os números chegam a 80%. O professor conta que 40% é a meta esperada para hospitais destinados a atender apenas gestações de alto risco. Essa tendência à recusa do parto vaginal se mostra, portanto, como uma questão importante de saúde pública.
Dentre os motivos que levam as grávidas a optarem pela cesárea, Duarte aponta o ideário popular, que, por desinformação, faz as mulheres temerem o parto vaginal. A maioria delas tem medo da dor e de possíveis complicações para o bebê. O que o doutor comenta é justamente o contrário: o risco de desenvolvimento de problemas tanto para a mãe quanto para a criança são maiores nas cesarianas. A carência está, portanto, no grau de informação das gestantes.
Referência: Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular. Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.