Cuidados Paliativos – Por: Frederica Lourençato, Coordenadora do Núcleo Multiprofissional da UE
Os cuidados paliativos como são aplicados, hoje, começaram a ser sistematizados pela médica inglesa Dame Cicely Saunders, que também tinha formação como assistente social e enfermeira. Em 1947, ela conheceu o paciente David Tasma que estava internado em hospital de Londres. Aos 40 anos, foi diagnosticado com câncer sem possibilidde de cura. Ela passou a visitá-lo com frequência. Ao morrer em 1960, Tasma deixou uma herança para Cicely Saunders fundar o St. Christhofer Hospice, na capital inglesa.enfermeira respoonsável técnico Este foi, segundo ela, o ponto de partida para o compromisso com uma nova forma de cuidar.
1 – O que são cuidados paliativos?
Cuidados paliativos, de acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde, constituem uma abordagem que aprimora a qualidade de vida dos pacientes e familiares que enfrentam problemas associados a doenças ameaçadoras de vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento pela compreensão e identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicológicos, sociais e espirituais.
Vale ressaltar a importância da qualidade de vida associada ao tratamento, considerando a proporcionalidade dos mesmos, tendo em vista que cuidados paliativos é uma abordagem que deve ser aplicada desde o início do diagnóstico de uma doença grave que ameace a vida, na perspectiva de que não é somente para casos de terminalidade, ressaltando a abordagem multiprofissional.
2 – Qual a importância do curso de capacitação?
A proposta do curso surgiu de uma discussão na Divisão Regional de Saúde XIII, nas reuniões da Rede de Urgência e Emergência (RUE), onde se discutem as demandas da rede e a qualidade e otimização dos seus dispositivos, sendo considerado que muitos pacientes poderiam ser melhor acolhidos, nesse sistema, de acordo com a fase da doença em que estariam e o melhor encaminhamento dos mesmos.
Sendo assim, a discussão no Núcleo Técnico da Educação Permanente da DRS XIII verificou a pertinência do projeto e elaboração. Posteriormente, o projeto foi apresentado nas reuniões dos três colegiados para aprovação.
Portanto, consideramos de suma importância o projeto ao considerar a necessidade da capacitação dos profissionais para adequar o atendimento, desta demanda, nos seus municípios e fomentar a discussão da necessidade da criação de políticas públicas e projetos que contemplem uma rede de atenção a esse perfil de pacientes.
3 – Qual o perfil dos facilitadores do curso?
Os facilitadores do curso são os profissionais da equipe de Interconsulta de Cuidados Paliativos da Unidade de Emergência das áreas médica, enfermagem, serviço social, psicologia, nutrição e fisioterapia. São profissionais capacitados para o atendimento de urgências e emergências paliativas.
4 – Quem pode participar?
Gestores de serviços, médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos e farmacêuticos. Atualmente, são os profissionais ligados à DRS XIII, mas no futuro, se houver interesse, outras DRSs podem solicitar esta formação/capacitação.
5 – De onde são?
Dos 26 municípios do Departamento Regional de Saúde XIII, sendo oferecidas, em média, três vagas por municípios. O curso está estruturado em três turmas.
6 – É a primeira turma?
Sim, esta é a primeira turma, no entanto, poderão surgir novas necessidades devido à amplitude do tema e ao número de vagas reduzido.
7 – Quantos alunos?
Em média, estão participando 70 profissionais por módulo.
8 – O que se aprende no curso?
O curso contempla cinco módulos presenciais com abordagens desde conceitos básicos paliativos até a abordagem de cada profissional, construindo a abordagem multiprofissional, com foco em tratamento dos sintomas, conforto e dignidade dos pacientes. Será realizada uma visita técnica na Unidade de Emergência e a forma de avaliação será um projeto de intervenção na abordagem de cuidados paliativos, considerando a participação de mais de um profissional por município.
9 – O que é “criar uma massa crítica de profissionais da saúde”?
Sensibilizar profissionais para discussão sobre uma demanda cada vez mais frequente de pacientes que estão em nossos serviços de saúde e precisam ser atendidos da melhor forma possível, tendo o olhar destes profissionais que estão em diferentes espaços de atendimento, em uma abordagem diferenciada voltada para o alívio de sintomas e a qualidade de vida, quando já não é mais possível curar.
Referência: Assessoria de Comunicação HCFMRP-USP