Pandemia da covid-19 já prejudica atendimento aos pacientes com AVC
Preocupado com a pandemia da covid-19 e seus efeitos trágicos ao sistema de saúde dos países por onde a doença passou, o professor Octávio Pontes Neto alerta que já tem notado uma redução do número de pacientes que estão chegando com Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto do miocárdio nos hospitais, a tempo de serem atendidos.
Em análise do assunto nesta edição da coluna Minuto do Cérebro, o professor acredita em causa multifatorial para explicar a diminuição. Provavelmente, “os pacientes estão com receio de procurar o hospital quando sentem os sintomas de AVC, por exemplo, e isso tem atrasado sua chegada ao hospital”. Ou, pressupõe, a pandemia já possa estar saturando a rede pré-hospitalar, com impacto negativo na atenção de outras emergências médicas.
Mas, adianta Pontes Neto, os hospitais de urgência têm se organizado para atender dois fluxos: um, para pacientes com sintomas respiratórios e suspeitos de covid-19, e outro, para outras urgências. E isso, garante, é importante, pois pacientes com infarto do miocárdio, com AVC ou com politrauma grave precisam de atendimento de urgência. “Não podemos deixar que a pandemia aumente também a mortalidade de pacientes com outras urgências, como o AVC.”
Portanto, diante de um dos sintomas do AVC – fraqueza e dormência súbita de um lado do corpo, dificuldade súbita para falar e entender, perda súbita de visão, dificuldade súbita para andar ou incoordenação e alguns casos de cefaleia explosiva súbita, nunca antes sentida, “é importante ligar o mais rápido possível para o 192”. Pontes Neto explica que a triagem rápida pela equipe pré-hospitalar do Samu pode encaminhar rapidamente o paciente para o hospital de referência para o AVC.
Ouça no link abaixo a íntegra da coluna Minuto do Cérebro.