Professor Carlos Miranda assume a Coordenadoria da Unidade de Emergência
O professor doutor Carlos Henrique Miranda é o novo Coordenador da Unidade de Emergência em substituição ao professor Marcos Borges que assumiu o comando do Hospital Estadual de Serrana. Seu nome já era ventilado pelos corredores do Hospital, mesmo antes de ser anunciado como novo coordenador. Isso dá a dimensão de quão importante ele já era para Unidade de Emergência. Ao assumir o comando da UE, este mineiro de Campestre vai comandar um hospital com quase cinco mil cirurgias por ano, cerca de 39 mil atendimentos, em 2018, e mais de 1300 funcionários.
Ele chegou a Ribeirão Preto, em 1996, para cursar a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), onde se formou em 2001. Casado com a nutricionista e professora Daniela Elias, é pai de Lucas, de 8 anos, e Murilo, de 4 anos. Seu objetivo pessoal é “manter a família unida e focada na educação de meus filhos dentro de um ambiente, onde predomine o respeito, o carinho e a honestidade”. Seu objetivo profissional é a “valorização e reconhecimento da medicina de emergência como área que pode ajudar a reestruturar o atendimento de emergência no Brasil através de profissionais qualificados e envolvidos com este cenário”. Leia entrevista que o professor e doutor Carlos Miranda concedeu ao Jornal da U.E.
Jornal da UE – Quais desafios o senhor avalia que terá ao longo de sua administração?
Professor Carlos – Considero a superlotação da sala de urgência, como principal desafio de minha administração, pois este fato pode comprometer a qualidade da assistência que fornecemos à população, além de sobrecarregar todos os nossos colaboradores.
Jornal da UE – Qual análise o senhor faz da UE, hoje, e qual a projeção para quando encerrar seu mandato? O que gostaria de ver melhorado?
Professor Carlos – A Unidade de Emergência evoluiu muito nos últimos anos, conseguiu se reestruturar, organizando a sua estrutura física e seus processos assistenciais. Esta era a necessidade daquele momento. Acho que agora nós temos condições que nos permitem trabalhar no aprimoramento da qualidade assistencial, pois além de garantir o atendimento, precisa-se zelar para que ele atenda todas as exigências de qualidade, assim como de um grande hospital privado. Essa melhora na qualidade assistencial beneficia a todos, pois o paciente é melhor atendido, os recursos são otimizados e o nosso colaborador se sente mais seguro.
Jornal da UE – Qual o principal problema na UE (estrutura, processos, pessoas) que enxerga como dificuldade para avanços na melhoria do trabalho?
Professor Carlos – Atualmente, considero o déficit de funcionários, principalmente da equipe de enfermagem como o grande problema da Unidade de Emergência, isso é um entrave para o aprimoramento de todos os processos assistenciais. Entendo que este é um problema comum a vários outros setores deste Hospital, mas tenho certeza de que a Unidade de Emergência será priorizada neste processo de reposição de vagas.
Outro aspecto, que precisamos melhorar, é em promover uma mudança de cultura, pois muitas vezes a Unidade de Emergência é encarada como um ambiente inóspito, e isto não é verdade, precisamos construir uma identidade para a Unidade de Emergência, trabalhar aqui foi minha opção pessoal, assim como de vários outros profissionais, que gostam e se sentem honrados de trabalhar neste ambiente.
Jornal da UE – Quais virtudes fazem da UE o que ela é?
Professor Carlos – O que faz a grande diferença na Unidade de Emergência é o seu quadro de colaboradores. São pessoas que se envolvem com os pacientes, com seus familiares, com o gerenciamento, com as decisões administrativas, etc. Vale a pena destacar a participação de três importantes personagens nesta história da Unidade de Emergência: Dr. José Paulo Pintyá, diretor de Atenção à Saúde, do Sr. Ivan Silva, supervisor técnico administrativo, e da Sra. Eliane Emiko Takita, supervisora técnica de enfermagem, que são exemplos de desprendimento, integridade e dedicação.
Jornal da UE – Quais mecanismos precisam melhorar com objetivo de aumentar os vínculos da UE com a rede de urgência e emergência?
Professor Carlos- A Unidade de Emergência reconhece a necessidade de sua integração cada vez maior com a Rede de Urgência e Emergência, precisamos dialogar com a DRS-XIII, com o SAMU Regional e com as Regulações (Cross e Municipal) para e juntos definirmos quais são os gargalos deste sistema, quais são as maiores demandas da rede para propormos soluções pertinentes, mas que respeitem a transparência e a função de cada uma destas entidades. Outro ponto que sempre temos que ter em mente é a manutenção e o aprimoramento do processo de regulação de fluxo de pacientes dentro desta rede.
Jornal da UE – Ao assumir um cargo/missão em um hospital tão complexo provoca mais a sensação de medo ou de esperança de poder realizar um trabalho que terá impacto importante na vida de milhares de pessoas?
Professor Carlos- Acho que a sensação de responsabilidade é a melhor maneira de expressar o sentimento de assumir este cargo. Pelo motivo de estar envolvido com este Hospital há mais de dez anos, sei de sua importância para a população da cidade de Ribeirão Preto e de toda a região. Desempenhando o seu papel de referência terciária pactuado com a sociedade, somos a última opção de tratamento para muitos pacientes que depositam toda a sua esperança em nossa Instituição e nós não podemos decepcioná-los. Por outro lado, me considero uma pessoa empenhada e otimista, e tento sempre enxergar a possibilidade de fazer a diferença, caso contrário, não teria aceitado esta incumbência.
Jornal da UE – Que mensagem o senhor quer enviar para os colaboradores da UE?
Professor Carlos – Inicialmente, gostaria de agradecer todo o envolvimento que eles vêm demonstrando com a Unidade de Emergência, mesmo em momentos de crise e superlotação, eles não abandonaram o barco. E segundo, gostaria que eles soubessem que assumi este cargo somente por um único motivo, porque considero a Unidade de Emergência como sendo a minha “casa” e geralmente nós almejamos o melhor para a nossa casa e para nossa família.
Referência: Jornal da UE