Unidade de Emergência inicia Serviço de Dor Aguda

O  controle da dor e o alívio do sofrimento são responsabilidades e compromissos do profissional da área de saúde. E os profissionais da UE sabem bem disso.  A Unidade de Emergência possui um perfil de pacientes de alto risco para desenvolvimento de dor aguda e crônica, devido à grande incidência de traumas, grandes queimados e cirurgias de grande porte.

Por isso, a ideia de montar um serviço de dor aguda na Unidade de Emergência já rondava a cabeça do doutor Renato Lucas, médico da equipe de anestesia da UE,  há algum tempo. Mas só tomou forma quando, em 2017, encaminhou um paciente para a enfermaria com um cateter periférico com analgesia – procedimento que proporciona ao paciente a infusão contínua de anestésicos – e isso despertou o interesse da enfermeira da ala cirúrgica da UE,  Jéssica Daher. “O paciente teve um pós-operatório muito mais tranquilo, uma recuperação mais rápida e eu fiquei interessada em saber mais sobre a técnica”, explica a enfermeira. “O interesse da Jéssica caiu como uma luva, todo serviço de dor aguda precisa de um médico e uma enfermeira para coordenar”, explica o doutor Renato. A parceria funcionou e as ações para o alívio da dor foram sendo colocadas em prática e melhorando muito o pós-operatório dos pacientes da enfermaria de cirurgia. “Já nas primeiras intervenções foi possível notar a diferença na recuperação dos pacientes”, conta a enfermeira. “E isso refletiu na equipe, que pode atuar com mais tranquilidade, pois um paciente com dor, estressa a equipe”, explica.

Desafio aceito

Diante de tantas evidências positivas, a proposta de criação o Serviço de Dor Aguda foi levada à Coordenadoria da UE e o desafio foi aceito, e o primeiro passo foi a adequação, pela equipe médica e da Farmácia, de drogas que seriam necessárias para o serviço e sua disponibilidade.

A   atuação inicial foi na Unidade de Queimados, o protocolo do manejo de dor aguda foi muito bem aceito pela equipe e o funcionamento da Unidade mudou muito, do ponto de vista emocional e assistencial, tanto para o paciente, como para a equipe.

Com o controle da dor, procedimentos fisioterapêuticos podem ser realizados precocemente e os curativos são menos dolorosos. O doutor Renato explica que “atualmente, a Unidade Queimados não precisa mais da nossa atuação com tanta frequência, pois capacitamos a equipe que já está familiarizada. ”

O Serviço também foi estendido para a Ortopedia e CTI adulto e  está em fase de crescimento na UE como um todo. A meta é que, em médio e longo prazo, o Serviço atenda o paciente logo na chegada ao Hospital, o que beneficiaria os pacientes com politraumas, grandes queimados, com fraturas complexas, entre outros.

“Outro passo do projeto é fazer o mapeamento da dor aguda em todas as áreas da UE e criar um escore de risco para que possamos atuar na parte preventiva”, conta o doutor Renato.

Ele avalia que “todos só tem a ganhar com a implantação do Serviço, pois diminui o tempo de internação, as complicações e, principalmente, humaniza o atendimento”. “Além disso, possibilita que o paciente seja devolvido para a sociedade mais rápido e produtivamente”, completa o anestesista.

A batalha contra a dor aguda envolve o conhecimento de especialistas de diversas áreas – enfermagem, médica, serviço social, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, nutrição e farmácia. “É essa equipe multidisciplinar que possibilita o tratamento  dor aguda como se deve, em todos seus aspectos físicos e emocionais”, diz a enfermeira Jéssica.

“Um serviço de dor aguda só funciona com pessoas muito interessadas, que tem prazer em tratar a dor”, assegura o doutor Renato. E todas as terças feiras esta equipe, dedicada a aliviar pelo menos um pouco do sofrimento dos pacientes,  se reúne para traçar estratégias de enfrentamento contra a dor, um trabalho incansável que está trazendo bons resultados.

Referência: Assessoria de Comunicação HCFMRP-USP